sexta-feira, fevereiro 02, 2007

O que tenho




Ah, a angústia de esperar-te

Em vão, sem que apareças.

De notar-te sem vontade de ver-me

De saber enfim que não te tenho

Nem terei.

Por que me deixas no chão?

Pobre, sem respostas

Porque finge que gostas

E prepara-me o coração?

Responda-me num olhar somente

Desses que mata ou revive

A esperança da gente.

Depois de mostrar-te o que talvez sou

Que posso ter o que não terás.

De um outro qualquer que amaste

E esperaste o que ele nunca traz.

De mim, foges.

Como quem tem medo.

Deixe de tolice mulher!

Que o que tenho pra ti é amor

Desses que qualquer uma quer

Lotado de graça e de cor.

Venha, pra mim, diga-me: eu vou

Que te espero até o dia partir.

Mas se ele acaba e vejo que acabou

Posso no final desistir.