quinta-feira, julho 09, 2020


Eu vejo coisa nas coisas,
Passo despercebido.
Escondo entre os dentes um tipo não tão raro de pássaro.


Vejo as mulheres ninho. As muito certas como mesa.
Descubro nos quadris, lágrimas e panturrilhas.
Riachos que de tão reais, viram copo, mágoa derramada.

Tens um tanto de asas, um abraço entre as coxas. Como se de repente houvesse um fiorde. Uma vila, um alçapão.

E como percebo as quedas, as insanidades. Como as agarro, apaixonado.

Talvez a razão seja serpente. As intuições uma invasão.

Me pus a pensar em ti. E senti de repente o gosto das coisas.
De todas.