Eu vejo coisa nas coisas,
Passo despercebido.
Escondo entre os dentes um tipo não tão raro de pássaro.
Vejo as mulheres ninho. As muito certas como mesa.
Descubro nos quadris, lágrimas e panturrilhas.
Riachos que de tão reais, viram copo, mágoa derramada.
Tens um tanto de asas, um abraço entre as coxas. Como se de repente houvesse um fiorde. Uma vila, um alçapão.
E como percebo as quedas, as insanidades. Como as agarro, apaixonado.
Talvez a razão seja serpente. As intuições uma invasão.
Me pus a pensar em ti. E senti de repente o gosto das coisas.
De todas.
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