segunda-feira, agosto 27, 2012



São flores na varanda, mariposas a serem descobertas.
Tantas luas e direções. Discretas possibilidades por entre a serventia das varandas.
Nem flor, nem mariposa, ramo de estaca que gruda as paredes.
Varanda vazia e sincera.
Sincera porque vazia e vazia porque varanda.
Viro planta agarrada, risco de raíz.
Tomo varandas teatrais, direção e argumento.
Ando como parede. Grudo insinceridade nos gânglios, no câncer.
Formalizo a opinião das mariposas.
Enfeito com flores a varanda que não descobri.

terça-feira, agosto 21, 2012

Devemos rever o indivisível Matutar o instantâneo E diluí-lo em rio de nome nordestino. Resta gramaticar o ingramaticável Verbalizar a morte do indicado, presumido. Filar a bóia da palavra nula Infeccionar a sentença Seduzir a possibilidade com pelos curtos Com o rosto lavado De alma e amargura.

segunda-feira, agosto 20, 2012

Falta o ato de sangrar. Rasgar o verbo e esticar a sílaba Fazer palavra não feita Palavra sem tudo Lotada do nada que a supõe palavra Pé de cobra. O que não deve, não classifica. A desclassificação que inclui, que faz poesia. Ré de cabra.

sexta-feira, agosto 17, 2012

O amor

Palha, riacho, frieira e chulé. O amor é ranho, bicho de pé. Físico, alma, bosta e chuveiro. O amor é piso, banheiro. Víscera, glóbulo, cu e calor. O amor é feio, fedor. Mijo, coceira, fagulha e escarro. O amor é barro. Grito, edifício, chupada e luz. o amor é o que resta do pus.