segunda-feira, março 04, 2013


     Talvez possa algum dia adormecer no ônibus. Talvez não ranja os dentes e mantenha quietos os pés, como se paralítico alcançasse experimentar-me por tempo qualquer. 
     De meu corpo fiz a contra opção ao manequim possível. Sou o não assentar-se da roupa, a imutável possibilidade de uma simplicidade gritante. Hábito escasso, desgraçado formato de tornar-se invisível. Cabelos, pança e algum bigode inexistente que sobra-me da negligência. Estirão cansado e nariz entupido. Tenho atropelado-me assim, antes mesmo de escancarar os olhos.